ABRAN elabora documento com recomendações a partir de consenso médico
A Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), por meio de um consenso médico envolvendo especialistas de todo o Brasil, criou parâmetros sobre uso de suplementos para crianças com dificuldades alimentares. O documento traz ainda recomendações que levam em conta as necessidades nutricionais e a padronização de conduta clínica sobre o tema. Ou seja, em quais casos o uso de suplementos deve ser recomendado ou não. Avalia-se os riscos e benefícios e essa escolha não deve ser aleatória.
De acordo com o presidente da Associação, Dr. Durval Ribas Filho, o consenso tem importância fundamental e auxilia os profissionais para uma conduta mais assertiva. “As escolhas médicas devem ser pautadas pela ciência, anamnese e um olhar acurado individual para cada paciente. Quando questões relevantes de saúde pública são discutidas conjuntamente consegue-se estabelecer bons protocolos para os tratamentos beneficiando a saúde da população’, declara.
Saber se o filho está consumindo através da alimentação todos os nutrientes necessários para ter um crescimento saudável, e ganho de peso adequado, é uma preocupação constante na vida dos pais.
Entretanto, um prato colorido pode ser sinal de cara feia e recusa. Isso porque muitas crianças apresentam dificuldades alimentares, seletividade aguçada a certos tipos de comida ou falta de apetite. E, em alguns casos, é necessário fazer o uso de suplementos, isso após a criança passar por uma avaliação médica nutrológica em que tenha sido identificada uma real necessidade.
Foi para esse tipo de situação que especialistas reunidos pela ABRAN, lançaram o primeiro Consenso Brasileiro sobre a utilização de suplementos em crianças que apresentam dificuldades para comer.
A Associação Brasileira recomenda que:
- Polivitamínicos não têm indicação para tratamento das dificuldades alimentares;
- Vitaminas isoladamente podem ser utilizadas para crianças que apresentem deficiências específicas plasmáticas ou de ingestão comprovadas;
- Poliminerais não têm indicação para o tratamento das dificuldades alimentares;
- Minerais específicos isoladamente podem ser utilizados para crianças que apresentem deficiências específicas plasmáticas ou de ingestão comprovadas;
- Suplementos modulares podem ser utilizados quando houver deficiência isolada de um macronutriente específico ou prejuízo no estado nutricional da criança de acordo com a idade;
- Suplementos hipercalóricos podem ser utilizados desde que apresentem composição semelhante aos suplementos completos isocalóricos, apenas com a característica particular de apresentarem densidade energética elevada, o que pode ser indicado para crianças com dificuldade na ingestão do volume habitualmente prescrito;
- Suplementos de nutrição completa isocalóricos (suplementos completos) devem ser considerados como a principal estratégia de tratamento, podendo ser indicados prioritariamente nos seguintes casos:
- Quando os inquéritos alimentares demonstrarem ingestão calórica-nutricional insuficiente;
- Sempre que peso, estatura e/ou índice de massa corporal estiverem abaixo do recomendado ou desacelerando de acordo com a curva de crescimento da criança;
- Sempre que estiverem presentes agravos à saúde a fim de oferecer segurança nutricional para a recuperação;
- Quando o tempo para a reeducação alimentar for muito longo expondo a criança a risco nutricional até que seja implementada;
- Face à presença de pais excessivamente ansiosos e com o objetivo de assegurar nutrição adequada enquanto os pais possam ser também preparados;
- Quando houver casos semelhantes na família que evoluíram mal sem a suplementação;
- Sempre que for detectada doença de base (orgânica ou psíquica) a ser tratada, mas esperar-se tempo longo para esse tratamento;
- Quando a criança estiver em uso de medicamento que sabidamente reduzem o apetite;
- Em casos de seletividade alimentar ampla por muito tempo, abrangendo macro e micronutriente.
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