A resiliência de atletas
Publicado em 15/04/2020

A pandemia do COVID19 está trazendo uma situação de estresse nunca vivida antes por esportistas, atletas amadores, e profissionais de todas as modalidades esportivas e, principalmente, os de nível olímpico e paralímpicos, porque foi confirmada a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Por tempo indeterminado, os centros de treinamentos foram fechados. Os técnicos adaptaram as atividades. O isolamento é comparável ao destreino pós-lesão no esporte. Mas o estresse pode ser pior, porque a reabilitação de lesões tem previsão de retorno aos treinamentos, e o fim da quarentena pela pandemia do COVID-19, não. Diante desse ineditismo, que potencializa distúrbios de saúde mental, os atletas precisam mais do que nunca da resiliência emocional, que é a capacidade de se ajustar a mudanças, interrupções ou dificuldades, mantendo boas capacidades funcionais.

No momento em que o desempenho atlético diminui, pode exacerbar os estressores psicológicos. Em atletas, é mais prevalente os transtornos alimentares, do sono, de humor, ansiedade e depressão do que em não atletas, principalmente na privação do treino habitual.

A psicologia esportiva possui recursos apropriados para ajudar os atletas a regularem as respostas emocionais ao “destreino”, aplicando as técnicas de visualizações de treinos para manterem vivas as memórias motoras.

Nesse período, no apoio interprofissional aos atletas, a nutrologia esportiva reforça o conhecimento de que existe a memória muscular (epigenética) e que a restrição alimentar pode afetar a imunomodulação e o desempenho no retorno às atividades plenas. Portanto, no isolamento imposto pela pandemia do COVID-19, a “alta resiliência mental” é um fator decisivo para o enfrentamento da vida “fora do esporte competitivo”.

Referência

Chang CJ et al. Mental Health Issues and Psychological Factors in Athletes: Detection, Management, Effect on Performance, and Prevention: American Medical Society for Sports Medicine Position Statement. Clin J Sport Med. 2020;30:e61-e87.

Artigo escrito por Dr. Carlos Aberto Werutsky.

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