Intervenções probióticas para indução de células T reguladoras em doenças autoimunes
Publicado em 06/06/2024

No cenário das doenças autoimunes, estima-se que cerca de 5% da população mundial seja vítima, afetando majoritariamente mulheres em idade. Entretanto, nos homens, essas doenças costumam aparecer mais tardiamente e com mais complicações. As doenças autoimunes são um conjunto de comorbidades caracterizadas por um ataque do sistema imunológico do indivíduo portador ao seu tecido, órgão e/ou células, com prevalência crescente na população mundial.

Apesar de ter etiologia pouco clara na literatura, muito se tem falado sobre o papel de fatores ambientais, como estilo de vida, consumo alimentar e ingestão de certos medicamentos, juntamente com o histórico genético, como aumento de sua predisposição. Devido ao aumento da prevalência, sugere-se que a má alimentação esteja diretamente ligada ao surgimento de comorbidades devido, entre outros fatores, à ocorrência de disbiose intestinal, justificando o aumento de doenças autoimunes como esclerose múltipla (EM), diabetes tipo 1, doenças reumáticas e doença de Crohn (DC), que são imunológicas.

Neste capítulo de livro na Elsevier (ScienceDirect), publicado por Dr. Idiberto José Zotarelli Filho e Dr. Durval Ribas Filho, buscou-se conhecer e compreender como o comportamento e as alterações que ocorrem nas células T reguladoras (Tregs) interferem nos mecanismos fisiopatológicos das doenças autoimunes, por meio da ação dos probióticos e da microbiota intestinal, para avaliar a possibilidade de restaurar sua função ou prevenir sua perda, e assim determinar a existência de um eventual potencial terapêutico ou mesmo preventivo dessas células.

Como conclusão, entendeu-se que as Tregs podem interferir positivamente de forma mais eficaz nos mecanismos fisiopatológicos de doenças autoimunes por meio da ação de probióticos e da MI. Os resultados sugerem que os probióticos se ligam às células dendríticas (DCs) por meio de receptores específicos para estimular as células Treg a aumentar a concentração de interleucinas (IL-10 e IL-35), TGF-β e regulação positiva da classe II do MHC para modular e/ou bloquear DCs e células T efetoras, o que pode ser útil no tratamento de doenças autoimunes.

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