
Existe Relação entre Obesidade e Transtornos Mentais?
Cuidar da saúde das pessoas com um olhar mais amplo, tem possibilitado identificar a relação entre várias doenças que, aparentemente, seriam bem distintas. Esta conduta tem contribuído para um resultado positivo em diversos tratamentos, incluindo os problemas de ordem psicológica.
“Evidências e estudos confirmam, cada vez mais, que há uma relação muito forte entre Obesidade e Transtornos Mentais, pois as duas doenças são inflamatórias. Por trás da obesidade existe um aumento do processo inflamatório com liberação de citocinas inflamatórias. Isso também acontece com os Transtornos Mentais, como Ansiedade Generalizada, Depressão Maior (TDM) até Transtorno Bipolar”, explicou a Profa. Dra. Eline de Almeida Soriano - Médica Nutróloga e Diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) em sua palestra no XXVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, realizado em setembro, em São Paulo e reuniu 4 mil participantes. O evento é o maior do mundo em Nutrição Médica.
A especialista detalhou que, a fisiopatologia, ou seja, os fatores que levam às duas doenças, são muito semelhantes por envolver, além de uma ação inflamatória, o estresse oxidativo - aumento dos radicais livres - e a alteração da microbiota intestinal. “As vias biológicas são análogas. Geralmente o paciente com obesidade, no mínimo, é acometido, também, pelo Transtorno de Ansiedade. A Nutrologia é um caminho dentro da terapêutica dessas doenças, pois é a especialidade que trata destas vias biológicas”, explicou.
Esta conduta envolve a prescrição de princípios ativos, substâncias para auxiliar na melhora dos transtornos, mas é um trabalho de parceria. “O tratamento sempre é em conjunto com o psiquiatra. A mudança no Estilo de Vida é, também, fundamental, com ajustes na alimentação e a prática de exercícios físicos. Em relação às dietas, as melhores nestes casos são as anti-inflamatórias - Dash e Mediterrânea - pois são as que trazem mais evidências de resultados favoráveis para o paciente. A Mediterrânea é a principal, pois é rica em frutas, verduras, grãos integrais, azeite extravirgem, aumento do consumo de água e vinho tinto, em doses indicadas. A orientação médica é essencial para uma conduta individualizada”, reforçou.