A obesidade é uma doença crônica e segue em ritmo crescente, globalmente, sendo as mulheres um grupo expressivo em vários países da América Latina. Segundo o World Obesity Atlas 2025 (Atlas Mundial da Obesidade 2024), cerca de 31% da população adulta no Brasil vive com obesidade, e a projeção da doença entre mulheres pode crescer 46,2% até 2030. No Chile, esta prevalência feminina   também é alta, estimada entre 31% e 43%, superando a masculina, com o país liderando em taxas na região.

Este foi o contexto abordado pelo Dr. Manuel Moreno - Especialista em Nutrição Clínica e Diabetologia e ex-presidente da Associação Chilena de Nutrição Clínica, Obesidade e Metabolismo (ACHINUMET) - em sua palestra “Farmacoterapia Antiobesidade em Mulheres Obesas: Update”, durante o CBN 2025.

“É preocupante essa alta e crescente prevalência da obesidade em mulheres do Brasil e do Chile, assim como em muitos outros países do mundo. Essa doença crônica tem consequências clínicas na saúde geral, reprodutiva e cardiovascular, distintas no sexo feminino, determinadas em parte pelos efeitos hormonais e pela distribuição de gordura corporal, o que influencia o estudo e o tratamento”, explicou Dr. Moreno.

Para o especialista, o uso de fármacos antiobesidade, como complemento à mudança no estilo de vida, possibilita uma melhor e mais prolongada redução de peso, além da atenuação ou melhora de muitas comorbidades. “Os medicamentos de última geração, em particular os agonistas do receptor GLP-1 (liraglutida, semaglutida) e os agonistas duais do receptor GLP-1 e GIP (tirzepatida), têm demonstrado ser mais eficazes em mulheres na redução ponderal, e alguns estudos mostram efeitos positivos no tratamento de determinados transtornos reprodutivos associados à obesidade”, explicou.