Tem se tornado um alerta comum, entre especialistas, que as chamadas “canetas emagrecedoras” que devem ser utilizadas com critério médico, mediante avaliação individual e com foco na saúde do paciente — e não tendo como prioridade apenas uma solução estética. O uso sem prescrição pode trazer riscos, sendo necessária orientação, monitoramento e mudanças no estilo de vida para que se obtenha um resultado duradouro, e não apenas uma perda de peso temporária.

Dra. Ligiê Helena Moreira Brito — médica nutróloga e membro da Comissão Científica e docente dos cursos de pós-graduação da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) — seguiu nesta direção em sua palestra “Como tratar perda de massa magra pós-prescrição de agonistas GLP-1 e GIP”, durante o CBN 25.

O tema principal focou no emagrecimento consciente por meio do uso dos análogos de GLP-1, mas, de forma mais abrangente, mostrou a importância do domínio da suplementação e da atuação do médico nutrólogo nos cuidados com o paciente obeso.

“É importante a correlacionar as três principais fases do emagrecimento fisiológico: perda ultrarrápida, perda lentificada e a perda do efeito platô/estabilidade do peso ou até mesmo o reganho do peso perdido. A proposta foi explorar qual a melhor conduta a ser adotada, com as respectivas suplementações em cada etapa deste processo, pois esta atenção é essencial para a preservação da massa muscular, da massa óssea e das estruturas de órgãos vitais, como coração e cérebro”, detalhou.

Destacou, ainda, a relevância em compreender a fisiologia, as alterações hormonais, comportamentais e metabólicas que são fundamentais para a saúde futura dos pacientes que utilizam as canetas. “Há muitas incertezas e sérios riscos na forma como este medicamento vem sendo usado — muitas vezes de maneira indiscriminada e sem supervisão médica”, alertou.