Síndrome Metabólica: Riscos, Implicações e Cuidados

Síndrome Metabólica: Riscos, Implicações e Cuidados

A Síndrome Metabólica pode ser considerada um reflexo da civilização moderna pois, desconsiderando fatores genéticos, é resultado de uma alimentação inadequada e do sedentarismo, comum nos dias de hoje.

Hipertensão arterial, Diabetes, excesso de gordura corporal, principalmente em torno da cintura, níveis elevados de colesterol e artrite estão no rol da Síndrome e o elo destas patologias é o processo inflamatório e o risco aumentado de problemas cardiovasculares, como ataque cardíaco e AVC – Acidente Vascular Cerebral.

É transitando sobre estas questões que o Prof. Dr. Orsine Valente - Doutor em Endocrinologia pela UNIFESP/SP  e Diretor da ABRAN  ministrou quatro palestras durante o CBN 2024 - XXVIII Congresso Brasileiro de Nutrologia, principal evento técnico-científico dedicado à Nutrologia, em toda a América Latina, e o maior do  mundo em Medical Nutrition, que aconteceu de 26 a 28 de setembro, em São Paulo.

Parte do Simpósio sobre Obesidade, a primeira palestra abordou o “Obeso Hipogonádico: Fisiopatologia e Reposição androgênica”. Dr. Orsine destacou que o Hipogonadismo do indivíduo obeso é causado por hormônios e citocinas inflamatórias, produzidos pela gordura abdominal, substâncias estas que inibem a produção dos hormônios da hipófise, responsáveis pela estimulação do testículo, levando a baixos níveis de produção de testosterona.

“A proposta foi abordar a prevalência, os sinais e sintomas da testosterona baixa, relacionar com o Índice de Massa Corporal (IMC) e discutir os exames laboratoriais essenciais na identificação diagnóstica e no acompanhamento do hipogonadismo do indivíduo obeso. Outro ponto, que será destacado, é a relação da testosterona com o risco cardiovascular, as contraindicações para a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), a monitorização dos pacientes, em uso deste hormônio, e o tratamento do Hipogonadismo no indivíduo com obesidade”, detalhou o Professor Emérito da FMABC/SP, Professor Titular Aposentado da UNIFESP/SP Diretor do Departamento de Diabetes da Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN, Especialista em Endocrinologia pela SBEM/AMB/CFM.

No Simpósio sobre Nutrologia na Doença Hepática Esteatótica Metabólica (DHEM) destaque para a Esteatohepatite, inflamação do fígado que foi foco na palestra “Novas Perspectivas Farmacológicas no Tratamento da MASLD”, em português - DHEM – (Doença Hepática Esteatótica Metabólica). “O tema é importante pela prevalência, cada vez maior, de obesidade, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Um aspecto relevante, é que a Esteatohepatite, com variados graus de fibrose, será a principal causa de transplante de fígado em curto espaço de tempo. Nesta aula abordamos as prevalências da Esteatose e a evolução para Esteatohepatite, sua ligação com o risco cardiovascular e os seus possíveis mecanismos”, observou o especialista

Ele acrescentou que sempre é importante mostrar e discutir a acurácia dos exames mais solicitados na prática clínica do consultório no diagnóstico da DHEM. Também é de suma relevância saber quando indicar e como interpretar o exame de Elastografia Hepática Transitória, além de discutir o tratamento atual com as novas medicações e outros fármacos que estão em estudos e que poderão, num futuro próximo, atuar na reversão da Esteatohepatite e da fibrose”.

Dentro das discussões sobre Diabetes, o especialista focou no “Manuseio dos Glicocorticoides na Prática do Consultório”. Nesta aula apresentou os diferentes tipos de corticosteroides, suas respectivas ações e a potência relativa dos principais esteroides utilizados em consultório. “Entre os aspectos importantes devemos destaacar os procedimentos que diminuem os efeitos colaterais, destas medicações, em pacientes que recebem corticosteroides sistêmicos, por tempo prolongado e em doses suprafisiológicas. Na publicação recente da Endocrino Society e na European Society of Endocrinology, de maio de 2024, se descreveu como fazer a retirada progressiva do corticosteroide (desmame) que está sendo administrado, após a resolução da doença que motivou a sua introdução. O objetivo é evitar sintomas de insuficiência suprarrenal. É um tema de grande valor para médicos de várias especialidades na prática clínica do consultório”, observou.

A quarta palestra foi sobre Como Tratar Diabetes Tipo 2 na Síndrome Metabólica: Evidências”.  A síndrome metabólica é, geralmente, associada à obesidade e os sinais e sintomas são decorrentes do que chamamos de Resistência à Insulina. Por isso a importância de dar ênfase às alterações da glicemia, mas também, a importância do enfrentamento daquilo que resultou nas alterações metabólicas, que é a obesidade. “Discutimos, desde a importância da mudança do Estilo de Vida, como os novos medicamentos para a obesidade - os agonistas do receptor do GLP1, a tirzepatida que é um biagonista (GIP e GLP1) - e para o diabetes tipo 2, os inibidores do SGLT2. Sempre é fundamental mostrar que o sucesso no tratamento da Síndrome Metabólica envolve a normalização da pressão arterial e correção das alterações do colesterol e dos triglicérides”, argumentou o especialista.

Publicado por VS Press Comunicação

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